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DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Araceli, a menina que se tornou o símbolo na luta contra a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, no dia 18 de maio de 1973, em Vitória/ES, foi sequestrada, espancada, estuprada, drogada e assassinada numa orgia de drogas e sexo. Somente seis dias depois, seu corpo foi encontrado completamente desfigurado por ácido. Infelizmente, apenas mais um crime bárbaro, mais um caso de impunidade que chocou todo o país. A data da sua morte se transformou num marco da luta pelo fim da violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes, através da instituição do DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES (Lei Federal nº 9970/2000).


EXPERIÊNCIA DO PSICÓLOGO CARLOS BARRETO COM PORTADORES DE FIBROMIALGIA

O que é a fibromialgia e como a psicoterapia pode contribuir para o tratamento da doença?

Segundo o reumatologista FREDERICK WOLFE, a fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por queixa dolorosa musculoesquelética difusa e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas.

O portador da doença, através da psicoterapia, pode encontrar ferramentas que contribuam de forma significativa para a melhora do seu quadro, através do desenvolvimento psíquico com o aprendizado de novas formas de lidar com a dor e o sofrimento real, trabalhando a relação entre a vida e a sua doença.

Como os sintomas da fibromialgia se iniciam, em determinados casos, com um estresse físico ou psicológico, o trabalho é realizado de forma a encontrar as razões que estão por trás dos sintomas, muitas vezes, o paciente em conflito consigo próprio, na metáfora do problema, só percebe a ponta do iceberg. A grande parte que está submersa, que é a mais profunda, encontra-se oculta em seu inconsciente, em questões ora desconhecidas ou mal resolvidas no passado, não se encontrando de imediato um motivo lógico e aparente, o que torna difícil o diagnóstico.

O portador da fibromialgia, quando questionado onde se localiza a dor, costuma dizer que o corpo inteiro dói, isto porque, com a síndrome, ele tem um limiar muito baixo para dor, estímulos dolorosos são muito mais sentidos por quem tem a doença. Existem teorias que sugerem uma alteração nas áreas do cérebro responsáveis pela percepção da dor. O cérebro dos pacientes com fibromialgia, segundo estas pesquisas, parece ser excessivamente sensível aos estímulos dolorosos. Então, se há um desenvolvimento na parte cognitiva e afetiva, maiores são as possibilidades de enfrentamento à doença.

Cada pessoa tem uma estrutura psíquica diferente para reagir às situações da vida. Algumas conseguem, através da resiliência, criar estratégias de superação e aprendizado para, assim, melhor lidar com o problema, transformando carência em competência. Através da Psicoterapia de apoio, os clientes são convidados a participar de grupos e, por meio da dança, da música, do vínculo com o outro, conseguem estabelecer um processo de valorização, de harmonização e elevação da autoestima, melhorando assim a sua qualidade de vida.

Como tratar um cliente que apresenta os sintomas de fibromialgia na realidade do semiárido?

Inicialmente, vale ressaltar que atender pessoas que se deslocam da Zona Rural e vivem em condições adversas, numa região castigada há mais de um ano pela seca, exige que o psicólogo desenvolva uma psicoterapia de cunho breve, de humanização e empoderamento, uma vez que as demandas são as mais variadas e que esses clientes, muitos com autoestima destruída, às vezes, só tem uma oportunidade de atendimento.

Então, considerando essas adversidades e que as seções são de curta duração, é necessário utilizar a psicoterapia da melhor forma possível. Nesta perspectiva, tão importante quanto a anamnese, é o vínculo com o paciente para, juntos, buscarmos entender o que está por trás da dor. Assim, promovo uma psicoterapia defendida em três eixos importantes para manutenção desse vínculo.

1º Inicio com a realização de palestra sobre Resiliência e Autoestima (aprendizado com a dor e o sofrimento);

2º Em seguida, realizo oficinas para trabalhar o movimento e o toque, através da música, da dança, com o suporte de uma equipe multiprofissional, no caso, um fisioterapeuta, Nesse espaço lúdico de movimento e harmonia, se consegue estabelecer uma relação com o grupo, é quando acontece o vínculo, o participante se sente aceito, percebendo seus pares e entendendo que a sua dor não é única;

3º Nesse momento, acontece o relaxamento, convido os participantes a deitarem em colchonetes e, ao som de uma música instrumental, introduzo palavras de conforto e valorização do ser humano. Por fim, os participantes partilham seu aprendizado com a certeza de que o amanhã será um outro dia e melhor.

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